Entre Inteligência Artificial, crise climática, sustentabilidade, eleições em 2024, indústria cinematográfica e da música, startups, e tantos outros temas, a saúde mental e a felicidade das pessoas foram destaques em diversos painéis, palestras e discussões do SXSW, um dos maiores eventos de inovação e tecnologia do mundo. Abaixo, segue uma curadoria do que rolou no festival e que tem tudo a ver com essência da Mundo Floresça.
O que você vai ver nesse artigo:
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SXSW movimenta Austin - e o mundo - desde 1987
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Autocompaixão para ser mais feliz no trabalho
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Sociedade contemporânea e a epidemia da solidão
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Fomentar o pertencimento
SXSW movimenta Austin - e o mundo - desde 1987
O SXSW acontece em Austin, no Texas, Estados Unidos, e é considerado um dos maiores encontros e festivais de criatividade, envolvendo temas como tecnologia, música, inovações e cultura global. Os temas e as discussões são sempre atuais e olhando para o futuro. Nessa edição, que começou no dia 8 de março e terminou, no sábado, dia 16, foram destaques nos painéis e palestras assuntos relacionados à Inteligência Artificial e, principalmente, como fazer bom uso dessas ferramentas, sustentabilidade, o futuro do trabalho, felicidade e bem-estar.
Autocompaixão para ser mais feliz no trabalho
No painel do qual participou, a professora de psicologia de Yale, Laurie Santos destacou como a felicidade interfere na nossa vida pessoal e profissional. Para as empresas, é estratégico ter um colaborador feliz porque assim ele é mais produtivo. Segundo ela, muitos estudos mostram a correlação entre felicidade e produtividade. Mas, a sociedade atual se mantém priorizando currículos antes da felicidade do trabalhador.
Segundo ela, pessoas felizes, em estados emocionais mais positivos, fazem melhores escolhas e são mais assertivas e criativas. A psicóloga deu algumas dicas para fomentar a felicidade no ambiente de trabalho, entre elas a autocompaixão - uma prática que envolve reconhecer as emoções, observar sua história de vida, alegrias e tristezas, naturalizar como algo próprio do ser humano e ser gentil consigo próprio. Ainda, destacou a importância do pertencimento no ambiente de trabalho, o que está muito ligado às relações de amizade que são construídas. Também sugere que as pessoas abram mais espaços na agenda para terem tempo de qualidade, reduzam a carga de trabalho e evitem notificações nas telas.
Sociedade contemporânea e a epidemia da solidão
Painelistas também abordaram o que chamaram de “epidemia da solidão”. Para Radha Agrawal, co-fundadora e CEO do Daybreaker, que apresentou o painel “The Power of Belonging: How Ending Loneliness Will Save Our Planet”, a “endemia” da solidão é decorrente da sociedade contemporânea e das instituições que fomentam a competitividade, violência, extremismo e individualismo. Ela citou que faz parte desse grupo as escolas, que estimulam a competitividade, o sistema de saúde, que não acolhe a todos, a mídia, que favorece a polarização, governo, políticas e tantas outras. E chamou o resultado disso de “individualismo tóxico”.
Entrevistados de outro painel, pontuaram como a tecnologia prometia ser grandiosa em conectar o público, mas acabou reforçando a polarização, o bullying e outros aspectos negativos. Para a representante do Headspace, Leslie Witt, uma das raízes do problema relacionado à tecnologia é o modelo de negócio das empresas, que é baseado em engajamento. Segundo ela, um modelo que cria vício. Uma solução, para ela, seria fomentar os indicadores de desempenho. Leslie adiantou que hoje o Headspace tenta trabalhar com métricas em prol da saúde mental, como se o usuário está dormindo melhor, se seu estresse diminui, entre outros.
Fomentar o pertencimento
Como saídas para a solidão, Radha, do Daybreaker, propõe fomentar o pertencimento porque a sensação de não pertencer e a solidão são sentimentos universais. E para fomentar esse pertencimento, promover a conexão com a espiritualidade, natureza, linhagem e atos de serviço. No campo espiritual, propõe práticas como dança, meditação e rituais.
Fontes: